O mundo dos negócios tem toda uma linguagem diferenciada e a cada dia surgem novos termos, como por exemplo, quiet quitting, também conhecido como “soft quitting” ou “passive resignation”.
O quiet quitting pode ocorrer em empresas onde os empregados não estão satisfeitos com as condições de trabalho, ou até mesmo, seu próprio desenvolvimento.
Afinal, o que é quiet quitting?
Quiet quitting é uma estratégia de saída de emprego em que o funcionário diminui o seu engajamento com a empresa sem expressar abertamente o desejo de sair.
Dessa forma, ao contrário de uma saída dramática ou que gere algum tipo de confronto, o quiet quitting envolve uma diminuição gradual da produtividade, do comprometimento e da participação dos funcionários nas atividades da empresa.
Como funciona o quiet quitting?
Por exemplo, os colaboradores podem começar a faltar mais ao trabalho, deixar de cumprir prazos, evitar tarefas que antes eram prioritárias e se tornar menos disponíveis.
Essa abordagem pode ser escolhida por funcionários que não querem criar conflitos com a empresa.
Podem não ter outra opção de emprego no momento ou simplesmente desejam evitar o desconforto de uma saída abrupta.
O quiet quitting também pode ser útil para aqueles que estão negociando uma saída pacífica com a companhia, como um acordo de demissão voluntária.
No entanto, é importante lembrar que essa estratégia pode ter consequências negativas a longo prazo.
Por exemplo, pode manchar a reputação do funcionário, diminuir as chances de uma boa referência futura ou até mesmo prejudicar as perspectivas de carreira.
Além disso, essa abordagem pode criar um ambiente tóxico e desrespeitoso entre os demais colaboradores no local de trabalho.
O ideal é que, se um funcionário deseja sair da empresa, ele deve ter uma conversa franca e honesta com seu superior, explicando as razões de sua insatisfação e buscando um acordo pacífico.
Dessa forma, é possível manter a dignidade e o respeito mútuo, preservando a reputação e as oportunidades de carreira do funcionário.
Causas e consequências da diminuição do comprometimento dos colaboradores
As causas do quiet quitting podem variar de acordo com as circunstâncias individuais de cada funcionário.
Algumas possíveis razões que podem levar alguém a adotar essa estratégia incluem:
Insatisfação com o trabalho:
O funcionário pode não estar mais feliz com as responsabilidades e tarefas do seu trabalho, sentindo que não está sendo desafiado o suficiente ou que não está sendo reconhecido pelo seu desempenho.
Conflitos no ambiente de trabalho:
O colaborador pode estar enfrentando conflitos com colegas ou superiores, o que pode tornar o ambiente de trabalho desagradável e estressante.
Mudanças na vida pessoal:
Mudanças na vida pessoal do empregado, como problemas familiares ou de saúde, podem afetar a capacidade de se concentrar no trabalho.
Ofertas de trabalho melhores:
Outra empresa pode ter oferecido uma oportunidade melhor e o funcionário pode estar aguardando o momento certo para fazer a transição.
As consequências do quiet quitting podem ser negativas tanto para o funcionário quanto para a empresa. Algumas possíveis consequências incluem:
Diminuição da produtividade:
À medida que o funcionário começa a se desligar emocionalmente da empresa, é provável que sua produtividade diminua, o que pode afetar negativamente o desempenho geral da equipe.
Perda de confiança da liderança:
Se a liderança da empresa perceber que um funcionário está se distanciando, pode ser interpretado como uma falta de compromisso e confiança, o que pode prejudicar a reputação do funcionário dentro da empresa.
Perda de oportunidades futuras:
O quiet quitting pode prejudicar a reputação do funcionário e limitar suas oportunidades futuras de emprego, já que pode ser visto como uma falta de responsabilidade e comprometimento.
Dificuldades em obter referências:
Se o funcionário não mantiver um bom relacionamento com seus colegas e superiores, pode ser difícil obter referências positivas no futuro, o que pode prejudicar sua busca por empregos melhores.
Como evitar o quiet quitting?
O quiet quitting pode ser uma situação delicada para a empresa e para o funcionário.
Para resolver esse problema, é importante que ambas as partes trabalhem juntas para encontrar uma solução adequada.
Abaixo estão algumas possíveis abordagens para resolver o quiet quitting:
Comunicação aberta:
A comunicação aberta é fundamental para lidar com o quiet quitting.
É importante que o funcionário tenha a oportunidade de expressar suas preocupações e insatisfações com a empresa.
Da mesma forma, a empresa deve ouvir essas preocupações e trabalhar com o funcionário para encontrar uma solução.
Identificação das causas:
É importante identificar as causas subjacentes do quiet quitting para que possam ser abordadas adequadamente.
Se o funcionário estiver insatisfeito com suas tarefas e responsabilidades, por exemplo, pode ser possível revisar sua descrição de cargo ou oferecer treinamento adicional para aumentar suas habilidades.
Se o problema for conflitos no ambiente de trabalho, a empresa pode tentar mediar as disputas e promover um ambiente de trabalho mais harmonioso.
Estabelecimento de expectativas claras:
É importante estabelecer expectativas claras para o desempenho do funcionário, para que ele saiba exatamente o que é esperado dele.
A empresa pode fornecer orientações claras sobre as tarefas e responsabilidades do funcionário, bem como as expectativas em termos de qualidade e prazos.
Oferta de soluções:
A empresa pode oferecer soluções para ajudar o funcionário a lidar com as causas subjacentes do quiet quitting.
Isso pode incluir opções de treinamento e desenvolvimento, flexibilidade no horário de trabalho ou até mesmo a possibilidade de mudar de departamento ou de posição dentro da empresa.
Acordo de saída pacífica:
Se, apesar dos esforços de ambas as partes, o funcionário ainda deseja deixar a empresa, é importante buscar um acordo de saída pacífica.
Isso pode incluir um aviso prévio adequado, a conclusão de projetos em andamento e a manutenção de um relacionamento profissional respeitoso.
Conheça mais estratégias para prevenir o quiet quitting no seu negócio
Comunicação aberta, identificação das causas, estabelecimento de expectativas claras, oferta de soluções e um acordo de saída pacífica são algumas.
Mas é importante que a empresa e o funcionário trabalhem juntos para encontrar uma solução para o quiet quitting, que funcione para ambos os lados. Fale com nosso especialista!
Eduardo Baccetti é sócio da Auddas e tem mais de 15 anos de experiência em serviços profissionais. É formado em Direito e possui MBA, pela FGV-SP, pós-MBA, pela Harvard Business School e Certificação IBGC. Além de ser um Mentor no G4 Educação.
Experiência:
- Passagem por escritórios de advocacia e jurídico de empresa de grande porte, com foco na área societária (1999 – 2006)
- Atuação no mercado de Executive Search (2006 – 2015), tendo avaliado e contratado mais de 1000 profissionais para seus clientes. Sócio-fundador da 2GET Executive Search (atual Heidrick & Struggles)
- Empreendedor, sócio em negócios nos setores de serviço, varejo alimentício, imobiliário e de tecnologia
- Especialista em Governança Corporativa e Gestão de Gente