Cogestão: veja vantagens e desvantagens da gerência compartilhada

Tempo de leitura: 7 minutos

Você acha difícil tomar decisões sozinho sobre o futuro da sua empresa? Para alguns tipos de gestor a solidão gerencial pode ser um enorme desafio e por isso, adotam a cogestão.

Contudo, embora apresente desafios, a cogestão pode ser uma abordagem eficaz para promover a equidade, a participação e a eficiência nas organizações.

Nesse sentido, a cogestão promove princípios de governança mais democráticos e inclusivos, aumentando o engajamento dos colaboradores.

Conceito de cogestão

A cogestão é um modelo de gestão que envolve a participação ativa de diferentes partes interessadas na tomada de decisões em uma organização. 

Essa abordagem busca promover a colaboração e a cooperação entre os diversos atores envolvidos, compartilhando responsabilidades e influência na gestão.

Ou seja, a cogestão refere-se à prática de compartilhar a administração e a governança de uma organização entre diferentes grupos de stakeholders. 

Ela substitui a estrutura hierárquica tradicional, onde as decisões são tomadas exclusivamente pela alta administração.

A cogestão busca a participação nas decisões estratégicas de trabalhadores, acionistas e, em alguns casos, de outros membros da comunidade.

Origens da prática de cogestão

O conceito de cogestão tem suas raízes em teorias participativas e democráticas da gestão.

Entretanto, ganhou destaque principalmente a partir do movimento sindical europeu nas décadas de 1960 e 1970. 

Países como Alemanha e Suécia foram pioneiros na implementação de modelos de gerência compartilhada em suas indústrias.

Como funciona a cogestão

O funcionamento da cogestão pode variar dependendo do contexto e da organização.

Contudo, geralmente envolve a criação de órgãos representativos nos quais os diferentes stakeholders têm assentos e participam ativamente da tomada de decisões. 

Isso pode inclui:

  • Comitês
  • Conselhos de administração ampliados 
  • Grupos formais ou informais de colaboradores 
  • Outras formas de estruturas colaborativas

Benefícios da gerência compartilhada

1. Engajamento dos Funcionários:

A cogestão promove o envolvimento dos funcionários nas decisões da empresa, aumentando a motivação e o comprometimento.

2. Melhoria da Comunicação:

Igualmente, ao envolver diversas partes interessadas, a comunicação interna tende a melhorar, reduzindo mal-entendidos e conflitos.

3. Inovação e Criatividade:

Diferentes perspectivas contribuem para a inovação e criatividade, resultando em soluções mais abrangentes e eficazes.

4. Responsabilidade Compartilhada:

Distribuir responsabilidades e a possibilidade de participação nas decisões estratégicas cria um senso de responsabilidade compartilhada, aumentando a prestação de contas.

Vantagens da cogestão

A cogestão apresenta diversas vantagens, pois visa promover a participação ativa e a colaboração de diferentes partes interessadas na gestão de uma organização. 

Confira algumas das vantagens mais destacadas da cogestão:

Engajamento e motivação dos funcionários:

A cogestão envolve os funcionários nas decisões da empresa, o que pode resultar em maior engajamento e motivação. 

Os trabalhadores se sentem valorizados e percebem que suas contribuições são significativas.

Tomada de decisão mais democrática:

Ao incluir representantes de diferentes níveis hierárquicos e departamentos, a cogestão promove uma abordagem mais democrática na tomada de decisões. 

Assim, levando a escolhas mais equilibradas e justas.

Inovação e criatividade:

A diversidade de perspectivas proveniente da participação de diversos stakeholders pode impulsionar a inovação e a criatividade. 

Ideias inovadoras surgem quando há uma variedade de opiniões e experiências.

Melhoria na comunicação interna:

A cogestão geralmente exige uma comunicação mais aberta e transparente. 

Dessa forma, contribuindo para um ambiente de trabalho onde as informações são compartilhadas de maneira mais eficaz, reduzindo mal-entendidos e promovendo a confiança.

Resolução de problemas mais eficiente:

A diversidade de habilidades e conhecimentos dos diferentes stakeholders facilita a identificação e resolução eficiente de problemas. 

Decisões mais bem fundamentadas podem ser alcançadas com base em contribuições variadas.

Equidade e justiça organizacional:

A cogestão pode contribuir para uma distribuição mais equitativa do poder e da influência dentro da organização. 

Sendo assim, ajuda a reduzir desigualdades e a promover um ambiente mais justo.

Maior prestação de contas:

A distribuição de responsabilidades cria um senso de responsabilidade compartilhada. 

Os participantes se tornam mais responsáveis por suas decisões e ações, o que aumenta a prestação de contas.

Adaptação a mudanças:

A abordagem de cogestão pode tornar as organizações mais ágeis e capazes de se adaptar rapidamente às mudanças. 

A diversidade de perspectivas facilita a identificação de oportunidades e ameaças no ambiente de negócios.

Fortalecimento do espírito de equipe:

Ao envolver os membros da equipe em processos decisórios, a cogestão promove um espírito de equipe mais forte. 

Nesse sentido, gerando um ambiente de trabalho mais colaborativo e harmonioso.

Desvantagens da maior participação nas decisões

Embora a cogestão apresente várias vantagens, também há desvantagens e desafios associados a esse modelo de gestão. 

É importante considerar cuidadosamente esses aspectos para implementar a cogestão de maneira eficaz.

Processo decisório mais lento:

A cogestão muitas vezes busca alcançar o consenso entre os diferentes stakeholders.

E isso pode tornar o processo decisório mais demorado em comparação com estruturas hierárquicas tradicionais.

Conflitos de interesse:

Diferentes partes interessadas podem ter objetivos e interesses conflitantes. 

A busca por consenso pode ser desafiadora e, em alguns casos, pode resultar em decisões subótimas ou impasses.

Implementação desigual:

Nem todas as partes interessadas podem contribuir igualmente para o processo de cogestão. 

Isso pode criar disparidades na representação e na influência, levando a uma implementação desigual do modelo.

Resistência à mudança:

A introdução da cogestão pode encontrar resistência por parte de membros da administração e dos trabalhadores que podem estar acostumados a estruturas de poder mais tradicionais. 

A adaptação cultural pode ser um desafio.

Complexidade organizacional:

A gerência compartilhada pode adicionar camadas de complexidade à estrutura organizacional. 

Isso pode resultar em sistemas complicados de comunicação e coordenação, especialmente em organizações grandes.

Dificuldade em alcançar consenso:

Em alguns casos, alcançar consenso pode ser difícil, especialmente em questões estratégicas importantes. 

Isso pode levar a atrasos na tomada de decisões ou à necessidade de compromissos que não atendem completamente às necessidades de todas as partes.

Risco de informações confidenciais:

Compartilhar informações estratégicas com uma variedade de partes interessadas pode aumentar o risco de vazamento de informações confidenciais.

E quando isso acontece, compromete a competitividade da empresa.

Nível variável de envolvimento:

Nem todos os membros da organização podem estar igualmente interessados ou envolvidos no processo de cogestão. Alguns podem optar por se afastar, reduzindo a eficácia do modelo.

Maior complexidade para avaliação de desempenho:

Avaliar o desempenho individual em um contexto de cogestão pode ser mais complexo, uma vez que as decisões são tomadas coletivamente.

Consequentemente, torna-se desafiador atribuir responsabilidades de forma clara.

Saiba como implementar a cogestão eficaz na sua empresa

O sucesso da cogestão muitas vezes depende da criação de estruturas eficazes, comunicação transparente e do desenvolvimento de uma cultura organizacional que apoie a colaboração.

Converse com nosso especialista e obtenha orientação estratégica de como criar a cogestão no seu negócio!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *