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Quer saber quanto vale o seu negócio mas não sabe o que considerar para fazer um valuation justo da sua empresa? Fique com a gente e conheça o EBITDA, uma das medidas mais utilizadas e assertivas para definir o valor da sua companhia.
EBITDA é a sigla em inglês para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization que, em português significa: Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização.
O que é e para que serve o cálculo do EBITDA?
Antes de tudo, o EBITDA é um indicador que demonstra a performance corporativa como um todo, antes de serem alocados e deduzidos demais custos financeiros e contábeis.
Geralmente, é calculado anualmente, mas você também pode acompanhá-lo mensalmente, a cada três ou seis meses.
EBITDA como um indicador de performance
Muito mais do que um indicador (kpi) para medir o desempenho financeiro da organização, o EBITDA demonstra a capacidade de geração de resultado econômico de um negócio, ou seja, a eficiência operacional do negócio.
E seu valor representa uma métrica importante para ser considerada em processos de M&A (Merger & Acquisitions – Fusões e Aquisições, em português), por exemplo.
Nesse sentido, o EBITDA é amplamente usado para comparar a lucratividade de empresas de um mesmo segmento, atribuindo um valor para elas – valuation.
Isto porque o EBITDA elimina os efeitos de eventuais financiamentos e investimentos realizados no negócio e, dessa forma, pode ser usado como um indicador do valor ou da capacidade da empresa gerar receita.
Assim, é muito frequente que as empresas sejam valoradas por este indicador, por exemplo: 3x, 5x, 7x seu EBITDA etc.
Como calcular o EBITDA?
Antes de mais nada, o conceito de EBITDA é o de lucro operacional.
Então, EBITDA = receita bruta – impostos sobre receita – custos – despesas operacionais
Basicamente, existem duas formas de calcular o EBITDA: uma considera o lucro operacional e a outra utiliza o lucro líquido do negócio.
EBITDA pelo Lucro Líquido = LUCRO LÍQUIDO + IMPOSTOS + DESPESAS DE JUROS + DEPRECIAÇÃO e AMORTIZAÇÃO
EBITDA pelo Lucro Operacional = LUCRO OPERACIONAL + DEPRECIAÇÃO e AMORTIZAÇÃO
Confira um exemplo prático de cálculo de EBITDA em um indústria de tijolos:
Para achar o EBITDA, é preciso medir o lucro operacional antes de impostos, então:
EBITDA = receita líquida – custos – despesas operacionais
Se o seu EBITDA é 1.000, então ao aplicar o múltiplo de 8x (exemplo de valor de mercado apurado), o valor do negócio seria de 8.000. Dessa forma:
Valor do Negócio = EBITDA x múltiplo apurado
Depois dessa conta de Valuation, é necessário somar os descontar a “posição de capital” pela fórmula:
Posição de Capital = caixa + contas a receber – contas a pagar – dívidas totais
E o valor total final da firma será a soma do valor do negócio e da posição de capital:
Valor da Firma = Valor do Negócio + Posição de Capital
No final do dia, o valuation da empresa é sempre um exercício de análise de fluxo de caixa futuro trazido a valor presente.
Entretanto, ao fazer esse exercício, muitas vezes para empresas do mesmo setor e com características semelhantes, você pode chegar a conclusão de que há diversos múltiplos que representam essa conta.
E, para esta avaliação, usamos múltiplos como “atalhos”.
Quanto mais maduro o negócio, ou mais padrão, maior será a tendência a usar o EBITDA versus a Receita.
Em alguns casos, os múltiplos podem ser: Receita, EBITDA ou Lucro Líquido
Múltiplos de Receita
A Receita é tipicamente utilizada como indicador em negócios com margens mais apertadas, em estágios iniciais e de pequena recorrência.
Múltiplo de EBITDA
Utilizado em negócios de alta recorrência, boas margens e pouca necessidade de investimento, onde o EBITDA é quase uma indicação (“proxy”) de caixa, com exceção de giro e imposto de renda.
Múltiplo de Lucro Líquido
Mais adequado para negócios de alta recorrência, com boas margens, mas que tem um alto componente de investimentos, (que geram custo de amortização e depreciação) e de custos financeiros, onde o único indicativo de geração de caixa é de fato, o lucro líquido final.
Por que algumas empresas são precificadas por EBITDA e outras por Lucro Líquido?
Na verdade, todos os negócios são avaliados pela sua capacidade de geração de caixa operacional.
E a medida mais “óbvia” (fora a própria geração de caixa) é sempre o EBITDA.
Porém, em alguns negócios tendem a usar o faturamento líquido como referência. Como por exemplo:
Negócios que ainda não possuem EBITDA (startups, empresas de Tech em alto crescimento)
Negócios onde é difícil apurar o EBITDA (negócios pequenos e informais)
Negócios onde as “melhores práticas” variam muito de forma a não permitir o exercício de normalização de EBITDA
Confira a seguir, algumas dicas para outras situações onde o EBITDA pode ser usado como um parâmetro para a eficiência e a valorização do seu negócio.
EBITDA x desempenho operacional x valuation
Para um endividamento saudável, a dívida líquida total da empresa no ano não pode passar de 3x o EBITDA, sendo 2x o ideal.
A parcela mensal do seu pagamento da dívida não deveria ser maior do que 35% do seu EBITDA mensal.
EBITDA = margem de contribuição – despesas fixas.
No sistema contábil de lucro presumido, o EBITDA é afetado por PIS, COFINS e ISS. O IRPJ e o CSLL não afetam o EBITDA.
Aplique o EBITDA como método para precificar seu negócio
O Valuation de cada negócio pelo seu EBITDA pode variar de acordo com as características do segmento de atuação e do próprio modelo de negócio.
Por isso, ao calcular o valor do seu negócio, seja por Lucro Líquido ou por EBITDA, conte sempre com uma orientação especializada, que conheça todas as nuances do respectivo mercado, de dono para dono.